domingo, 11 de março de 2007

We3. Fofos, armados e imperdíveis.

Um especialista em infiltração e sabotagem, um soldado que, com o seu poder de fogo, sozinho, pode dizimar um batalhão inteiro e um eficiente e infalível assassino. Estou falando de três inofensivos e fofos animais domésticos: um coelho, um cachorro e um gato, respectivamente.


Raptados dos seus lares pelas forças armadas, e implantados com chips, armaduras e todo tipo de armas de destruição no varejo e de massa, eles são o que há de mais moderno em “máquinas de matar” e fazem o serviço sujo dos militares norte americanos, até que, ajudados por sua treinadora, fogem da base onde seriam sacrificados.

WE3 (nós 3), é a história destes inocentes e assustados bichos que em sua fuga, são caçados pelo exército e a aeronáutica, além de um monte de agentes secretos.

Os bichos podem falar e desenvolver sentenças simples com palavras básicas, que nas mãos de Grant Morrison, autor de Mistérios Divinos, Asilo Arkhan e Os Invisíveis, transformam-se em emocionantes diálogos. Emocionantes também, para não dizer “de tirar o fôlego”, são as ilustrações de Frank Quietly. Quanto a elas, há quem diga que os quadros sequenciais com detalhes e closes seriam a visão dos bichos, que não focam na cena por inteiro. Eu acho que a velocidade e a violência das cenas são podeerosas demais para ficarem limitadas ao quadro e beiram o movimento.

Outro aspecto que impressiona é a frieza das imagens e dos diálogos (dos humanos, é claro). As cenas são hiper-realistas e os artistas procuram balançar e emocionar o leitor em cada quadro. E conseguem.

We3 merece o seu Prêmio Eisner de melhor artista e a escolha de minissérie do ano pela revista Wizard. Melhor do que tudo, We3 merece ser lida. Prenda a respiração e não pare até acabar.

Tanto merece, que para esta leitura, eu sugiro a maravilhosa, envolvente e enebriante Tripel Karmeliet, que pode ser servida em 350ml (a da foto), mas eu aconselho a grandona de 750ml. A concentração e o envolvimento que o quadrinho pede, serão acompanhados por um sabor doce e um leve torpor ao final da história (e da garrafa), muito bem-vindos, pode apostar. É uma cerveja que faz pensar ara um quadrinho que vale lembrar.

Um comentário:

Eduardo disse...

Nossa, que imagens lindas. Isso é uma fase de leitura quadrinhos com animais antropomórficos? =)